Depois de uma luta de treze anos contra um câncer, morreu José Alencar.
Não faltarão homenagens para o vitorioso empresário do setor têxtil, para o político respeitado por todos, para o homem público de rara dignidade.
Mas o que fica aqui é a homenagem ao grande rubro-negro José Alencar. Ainda menino, ouviu Ary Barroso contar que Valido subiu mais alto do que Argemiro e marcou o gol do primeiro tricampeonato. Corria o ano de 1944 e José Alencar já era irreversivelmente Flamengo, lá nas Minas Gerais, onde o vermelho e preto eram imaginados através das ondas de rádio.
Como toda uma geração de brasileiros distantes da capital do país, José Alencar era um rubro-negro de ouvido. Encantou-se pelas histórias que Domingos da Guia, Biguá, Modesto Bria, Zizinho, Silvio Pirilo e Vevé escreveram com os pés.
Talvez por isso tenha vivido com uma paixão digna de Moderato, de quem ouviu histórias na infância. Enfrentou as adversidades como se fosse Perácio, herói nos campos e na tomada de Monte Castelo. José Alencar testemunhou os atos de paixão e bravura de Índio, Henrique, Evaristo, Almir, Doval, Reyes, Rondinelli, todos os mundialistas e ainda Ronaldo Angelim.
José Alencar é um rubro-negro que ouviu o gol de Valido e viu o gol de Angelim.
Viveu e morreu como um autêntico flamengo: lutando. Vamos juntar às homenagens que se seguirão pelos próximos dias o vídeo de José Alencar recebendo os hexacampeões em Brasília, em 2009. Uma aula de rubro-negrismo.
Descanse em paz, José Alencar. Você estará sempre conosco. Essas torcidas que tantos rostos homenageiam em suas bandeiras, bem que poderiam estampar sua face corajosa em uma imensa bandeira que tremule bem alto, mostrando ao mundo que este é o time dos homens mais bravos e corajosos do mundo.
Obrigado, Zé. Tua glória foi lutar
Urublog
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