quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Confusão envolve saída de lateral ex-Santos e Vasco de time do Gavião


O time indígena Gavião, estreante na elite do Campeonato Paraense, se envolveu na sua primeira grande polêmica em cinco anos de fundação. O lateral-direito Dênis Vieri (foto), de 30 anos, com passagem pelo Santos e Vasco da Gama, deixou a aldeia da tribo Kyikatejê – distante cerca de 480 quilômetros de Belém -, reclamando das más condições e o que chamou de falta de profissionalismo encontradas no clube. 
- Cheguei na última segunda-feira no Gavião motivado pela questão cultural de jogar em um time indígena. Logo fui apresentado com a camisa do clube e em seguida realizei treinos físicos. Mas não fiz exames médicos e nem assinei contrato, coisa básica no futebol. Fui reclamar e me mandaram conversar com o treinador (Vitor Jaime), dizendo que isso era normal. E se eu morresse durante um treino? Preciso garantir minha integridade física. Ainda me disseram que eu não estava nos padrões da equipe – disse.
Ainda segundo Denis, o Gavião não teria pago a passagem de volta à sua cidade natal, Belo Horizonte. O atleta disse, ainda, que dormia em um colchão no chão de um dos quartos do alojamento, não tinha alimentação adequada e não concordava com alguns costumes indígenas que eram adotados na preparação física do elenco, como carregar toras de madeira e se desviar de flechas para melhorar a agilidade dentro de campo.
- Tenho uma certa rodagem no futebol e é ruim ter que dormir no chão. Isso me incomodou bastante. A alimentação está muito aquém do que se espera, com os atletas, inclusive, bebendo refrigerante, algo prejudicial à saúde de um jogador. Sem academia, a saída era treinar com toras e se desviar de flechas para se condicionar. Fiquei assustado. Respeito a tradição indígena, mas é preciso repensar bastante se eles querem ser um clube profissional.
‘Ele é mentiroso, chegou aqui com uns 30 quilos acima do peso’, diz treinador
De acordo com Vitor Jaime, treinador do Gavião Kyikatejê, Denis passou cerca de 20 dias pedindo a João Primo, preparador físico do clube, para jogar o Parazão com a camisa do clube indígena. Com boas referências, Jaime concordou com a contratação. Porém, segundo ele, o atleta estaria muito acima do peso e, ainda na segunda-feira, vetou o acerto com Denis.
Globoesportepará

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