quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Estamos quase lá


Agora, horas depois do embate, de banho tomado e após uma boa noite de sono, estou tranquilo, calmo e bastante satisfeito com o empate. Mas confesso que durante o jogo esbravejei algumas vezes por entender que o Flamengo deixava de aproveitar as inúmeras chances para fazer mais um gol que o Atlético nos concedia. Mas acabei me conformando, o destino não quis que a bola entrasse mais uma vez e agora vamos pra final com a decisão totalmente indefinida.
E vou logo avisando que sou desses que estariam com muito mais medo do próximo jogo se ontem tivéssemos conseguido vencer pela vantagem mínima. Conheço bem a mim mesmo e sei que seria impossível segurar a fanfarronice e o ôba-ôba que a vitória traria. E como conheço também um pouquinho do Flamengo e de seu inimitável torcidão aprendi que o ôba-ôba é o veneno mais letal que existe para as nossas altíssimas pretensões. Prefiro continuar assim, com o sapato apertado, mas seguro, por mais uma semana.
Ontem tivemos a confirmação que o Flamengo na Copa do Brasil, quando o assunto é futebol, não fica a dever nada a nenhum dos emergentes que vem brilhando na tabela do Brasileiro. O Flamengo passou rodo em todo mundo que apareceu na sua frente, jogando com o regulamento e sem jamais perder a humildade que o caracteriza.
Nem vamos mencionar os chamados valores imateriais; camisa, tradição, circunferência dos ovos, etc., para não soarmos exageradamente soberbos. A arcoíris pode ir preparando as desculpas de sempre, porque o TRI está ao alcance das nossas mãos. Os próximos sete dias serão os mais longos da história e, por bem ou por mal, nós teremos que descobrir a melhor maneira de atravessa-los.
A atuação da torcida do Flamengo em Curitiba foi irretocável. A simples presença de 1700 cidadãos de bem, fechados com o certo e extraordinariamente bem vestidos nas arquibancadas da Vila Capanema já seriam motivos suficientes para uma farta distribuição de medalhas Pedro Ernesto (a principal comenda da Mui Heroica e Leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro) a todos os integrantes do frenético bonde rubro-negro.
Incansáveis no apoio, cantando e gritando sem parar, esses titãs do rubro-negrismo, que mereceriam menção nominal se possível fosse, ainda foram obrigados a se defender da covardia dos torcedores atleticanos que ainda precisam sublimar através da violência barbara as frustações de torcer pra um time pequeno e sem tradição. Tem problema não, a chuva que cai em Curitiba cai igual aqui no Rio, de cima pra baixo. E a nossa festa no Maraca nenhum primitivo incapaz de conviver em uma sociedade plural vai estragar.
Parabéns, Flamengo. Parabéns, torcida do Flamengo. A vontade de gritar Deixou Chegar, Fudeu! é quase irresistível, mas ainda não é a hora. Estamos quase lá. O resultado que trouxemos do Sul é daqueles blindados, à prova de palhaçadinhas. Permaneçam todos em estado de alerta. Vamos continuar no sapatinho que a gente ganha mais.
por Arthur Muhlenberg 
Mengão Sempre

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